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quarta-feira, 17 de abril de 2024

"BBB24" termina com vitória do controverso Davi

 

Olá, internautas

Nesta terça-feira (16/04), a TV Globo exibiu a grande final do “BBB24”. Davi Brito consagrou-se o grande vencedor do reality show com 60,52% da votação popular. A vigésima quarta temporada entra para a galeria de boas edições. Superior aos BBB22 e BBB23. Não é histórica, como alguns defendem nas redes sociais. Mesmo assim, ganhou fôlego diante de um formato que está no ar há 24 anos.

Davi foi transformado em protagonista pela burrice de muitos confinados. O então motorista de aplicativo saiu com a pecha de vítima, diante de falas e comportamentos erráticos, principalmente de Rodriguinho, que entrou na galeria de piores participantes da história do “Big Brother Brasil”, Wanessa Camargo, MC Binn e Yasmin Brunet.  

O quarteto entregou, de mão beijada, a premiação de quase três milhões de reais ao soteropolitano que até foi chamado de “baiano comum”. Mesmo com dezenas de edições de realities de confinamento em duas décadas, os participantes insistem nos mesmos erros. Mc Bin Laden, ao lado de Lucas “Calabreso”, provocou o estopim para a eclosão de ataques e isolamento a Davi por uma fofoca mal contada.

Davi não aparece entre os maiores jogadores do BBB, como alguns tentam caracterizá-lo. O telespectador o acolheu até o fim do jogo, mesmo com suas falas e posturas problemáticas minimizadas pela edição.  

Até mesmo na noite da grande final, o reality omitiu suas falas sobre “filho homem” e ensiná-lo a ser macho. Discursos machista e homofóbico permearam sua participação. A chamada “militância”, até mesmo, passou o pano nas redes sociais, já que ele representaria o “menino preto, periférico e sem acesso à educação”. O mesmo não ocorreu com Hadballa e Lucas Gallina que saíram escorraçados do BBB20.   

De acordo com as falas do apresentador Tadeu Schmidt, no anúncio do vencedor, Davi seria um rapaz ainda em construção. Uma esperança. O roteiro de um menino preto e pobre que sonha em ser médico marcou o reality show. Tadeu até insistia em chamá-lo de “Doutor Davi”. Hoje (17/04), no “Mais Você”, Ana Maria Braga também potencializou que Davi é um moleque. “Verde”.  

Davi é um personagem complexo. Controverso. Nesta quarta, o novo milionário do Brasil inseriu versículos da Bíblia durante o bate-papo com Ana Maria Braga. E também durante o BBB24. Ele é um retrato do Brasil profundo com raízes cristãs e das Igrejas neopentecostais que se espalham nas periferias. E é esse público que a TV Globo tenta dialogar. Em alguns momentos, “BBB24” se transformou em quase um “Show da Fé” com rezas, orações, menções a Jesus, Nossa Senhora de Nazaré e Deus.  

Grande parte dos confinados apenas passou pela “casa mais vigiada do Brasil”. Elenco inchado com 26 participantes. Os chamados “puxadinhos” acrescentaram quase nada ao show. A inspiração em "A Grande Conquista" não funcionou. Permanência longa e esticada. O time do Camarote foi o pior desde a entrada em 2020. Porém, foram as “pessoas públicas” que engrenaram o jogo ao atacarem Davi.

“Big Brother Brasil” se transformou em uma máquina de produção de influenciadores digitais e de faturamento alto para a TV Globo. Por isso mesmo, muitos preferem ser “planta” e conquistarem dinheiro nas redes sociais. Imagem neutra. Os exemplos mais nítidos dessa tendência foram o vice-campeão Matteus Alegrete e a terceira colocada Isabelle Nogueira. Fugiram, ao máximo, de atritos.

Nanda Bande e Giovanna Pitel lideraram o polo de antagonistas chamado de Gnomos. Poderiam ter rendido muito mais no jogo. Mesmo assim, saíram com uma imagem nítida perante o telespectador. Igual ao que acontece com Davi, muitos “passam o pano” para Fernanda diante de suas falas problemáticas.  

Beatriz Reis, também chamada de Bia do Brás, foi uma personagem marcante do “BBB24”. Chegou até a reta final com sua personalidade excêntrica e carismática. O bordão “Brasil do Brasil” conseguiu entrar no desenvolvimento do reality. Porém, faltou inteligência emocional nos ataques de Davi e Fernanda, o que fragilizou sua participação no jogo.

A colega de quarto Fadas, Alane, também ficará nas lembranças do BBB24, principalmente por sua despedida dolorosa do confinamento. O autoflagelo gerou comoção no público. Entrou no BBB24 para ganhar visibilidade e entrar no universo das telenovelas. A conferir.

Como já analisado anteriormente, a expulsão de Wanessa Camargo também é um capítulo controverso da direção, que passou a impressão de não ter utilizado o mesmo parâmetro na briga tensa entre Davi e Mc Bin Laden. A bronca de Tadeu com os dois rapazes não teve o mesmo peso do “ultimato” a Leidy Elin que jogou as roupas do baiano na piscina. Ficou desbalanceado. 

Luis Miranda e Marcos Veras não funcionaram no “BBB24”. Os quadros “Big Treta” e “Vamo Invadir sua Casa!” passaram graça alguma. Por outro lado, Diogo Defante deitou e rolou no “Domingão com Huck”.

A saga do “BBB24” continuará nos próximos meses. Agora é acompanhar se, de fato, Davi estudará Medicina, os rumos de seu relacionamento amoroso com Mani, chamada de namorada e até esposa durante o confinamento, o romance de Isabelle e Matteus, além do desenrolar de Camila Moura e Lucas Buda. A segunda temporada já começou. Agora, sem a mão pesada da direção.  

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 16 de abril de 2024

"Falas da Terra" traz indagações pertinentes na TV Globo

 

Olá, internautas

A série “Falas” retomou o vigor neste ano. Na última segunda-feira (15/04), em virtude da Semana do Dia dos Povos Indígenas, a TV Globo exibiu “Falas da Terra”, sob comando de Zahy Tentehar.

O especial trouxe indagações interessantes sobre os chamados “povos originários”. A atração propôs uma mudança nos livros didáticos. Defendeu a troca da expressão “Descobrimento” por “Grande Invasão em 1500” quando portugueses desembarcaram em terras com 5 milhões de indígenas. O programa destacou que os Tupinambás são considerados os mais antigos no território que já foi chamado de “Pindorama”, agora denominado Brasil.   

Em outro momento, “Falas da Terra” defendeu que ocorre um genocídio de indígenas há mais de 500 anos. Em uma longa e contínua guerra que permanece invisível para a grande maioria dos brasileiros, mais atenta com conflitos em Israel ou Ucrânia.  

De acordo com a narrativa do especial, os indígenas seriam os guardiães da Natureza e poderiam ser responsáveis diretos pelo combate à mudança climática. Nesse momento, apareceu uma boa reflexão. “Colocar ordem no progresso”.

“Falas da Terra” cumpre a sua missão em dar o chamado “lugar de fala” aos indígenas na maior emissora do País.

Fabio Maksymczuk

sábado, 13 de abril de 2024

Remake equivocado de "Elas por Elas" fortalece impressão

 

Olá, internautas

Na última sexta-feira (12/04), o remake de “Elas por Elas” chegou ao último capítulo. A releitura escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson com direção artística de Amora Mautner entra na galeria de fracassos da teledramaturgia da TV Globo no pós-pandemia. 

Como já analisado neste espaço nos primeiros capítulos, a escalação de Lázaro Ramos para interpretar Mario Fofoca aparece como um dos maiores erros da produção. O ator transformou o personagem, que integra a história da teledramaturgia brasileira, em um “paspalho”. Faltou sutileza e ironia na interpretação. Frustrou o público que acompanhou o excelente trabalho de Luis Gustavo.

Deborah Secco é uma boa atriz com vasto currículo. Apesar disso, a intérprete de Lara enfrenta um acentuado desgaste de sua imagem diante da espetacularização da vida íntima. Comentário para reflexão. 

Diante de tal quadro, o remake acertou na parte final ao focar os conflitos no núcleo liderado por Marcos Caruso, que viveu Sergio, e Isabel Teixeira, intérprete de Helena. A experiência sempre faz a diferença. Os dois atores sustentaram a reta final com destaque, especialmente Caruso. A reação nos índices de audiência apareceu com a mudança de rota.  

LADO POSITIVO

Filipe Bragança aproveitou a oportunidade em “Elas por Elas” e aparece como ponto positivo da trama. Desde os primeiros capítulos, mostrou segurança e carisma ao viver o mocinho Giovanni.

Também foi interessante rever atores experientes em uma novela da TV Globo, como a elegante atriz Esther Goes, Viétia Zangrandi, Maria Ceiça e Jonas Bloch.

Dentro da diversidade, que se tornou uma preocupação da teledramaturgia da TV Globo, a atriz Maria Clara Spinelli desenvolveu um bom trabalho, desde os primeiros capítulos, na pele de Renée. Outro ponto positivo.


LADO NEGATIVO

O último capítulo resume a concepção equivocada do remake. Helena, que aprontou todas na novela, terminou livre, leve e solta no fim. A última cena com a passagem do tempo foi constrangedora. Enquanto Mario Fofoca passou a impressão de ter envelhecido trinta anos, as mulheres mal envelheceram. Cena totalmente desnecessária.

Caso a TV Globo exibisse a novela original, não teria sido surpresa se a novela de Cassiano Gabus Mendes repercutisse mais com índices mais satisfatórios na faixa das seis, mesmo sendo uma novela das sete. A direção de Amora Mautner e o projeto equivocado do remake pesaram no afastamento do público que acompanhava a boa novela “Amor Perfeito”.

Mais um sucesso dos anos 80 desvalorizado nas adaptações do século XXI. O remake só fortalece a impressão de que as “novelas de antigamente”, de fato, eram bem melhores.  

Fabio Maksymczuk

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Especiais reforçam frágil "Caldeirão com Mion"

 

Olá, internautas

“Caldeirão com Mion” é o programa mais fraco do entretenimento da TV Globo. Desde a sua estreia na emissora platinada, o apresentador basicamente recebe celebridades que ganham tempo de tela em “games” e disputas que raramente despertam grande interesse. O programa perdeu fôlego, desde a saída de Luciano Huck.

Por isso mesmo, Mion ganha um reforço para impulsionar o “Caldeirão”. Inspirado no sucesso dos especiais do “Altas Horas”, o programa vespertino agora recebe convidados que ganham amplo destaque no palco.  

No último sábado (06/04), o apresentador recebeu Caetano Veloso e Maria Bethania que comandaram uma edição especialíssima na TV Globo. Os irmãos deram um show no “Caldeirão”. Um oásis diante do atual panorama da música popular brasileira em programas de auditório.

Mesmo com o reforço e o impulsionamento nos índices de audiência, o telespectador percebe nitidamente a diferença entre Serginho Groisman e Marcos Mion no vídeo. O comandante do “Altas Horas” é marcado pela elegância e naturalidade na condução dos especiais. Já Mion fica caracterizado pela artificialidade em reverenciar efusivamente os convidados.  

Sem concorrentes na faixa horária, com o desânimo de Record, SBT e Band, “Caldeirão com Mion” navega praticamente sozinho na programação da TV brasileira. O programa precisaria reinventar-se. Os especiais fortalecem pontualmente o frágil Caldeirão.

Fabio Maksymczuk

domingo, 7 de abril de 2024

SBT acerta em estreia do "Sabadou com Virginia"

Olá, internautas

A noite de sábado é uma das faixas mais desgastadas da programação do SBT. A emissora explorou, à exaustão, o “Bake Off Brasil”. A atração deveria ter sido encerrada na quinta temporada, mas seguiu até a impressionante décima quinta com as variações de celebridades e crianças. É verdade que a pandemia da Covid-19 contribuiu para isso, mas o desgaste foi inevitável.

Diante de tal quadro, a emissora resolveu investir na influenciadora digital Virginia Fonseca. A apresentadora conquistou “Sabadou” que ganha a duração correta com cerca de uma hora e meia no ar.

No último sábado (05/04), a nova aposta sbtista foi ao ar. Virginia comportou-se de uma forma correta no vídeo. Bem dirigida por João Fonseca. Um dos poucos detalhes que pode ser facilmente corrigido é a troca da cadeira giratória por uma estática. Virginia balançava o assento de lá para cá, o que transmitia a sua ansiedade e nervosismo no vídeo.

No programa de estreia que contou com os familiares da apresentadora, Leonardo, Poliana e Zé Felipe, a mãe da loira, Margareth Serrão, surgiu como grande destaque. Passou irreverência à atração. Por outro lado, o assistente de palco, o também influenciador Lucas Guedez, ficou acima do tom. Em um momento, até correu atrás no cenário.

O formato do “Sabadou com Virginia” lembrou, de alguma forma, o programa Eliana. Além do bate-papo e musicais de Zé Felipe e Leonardo, a atração exibiu quadros que servem como recheio, como Biscoito ou Bolacha que funcionou ao trazer rapazes que desejam ser influenciadores digitais; Maga Margara com o clima descontraído de Margareth e o Se Beber, Não Fale que precisa ser melhor trabalhado nas próximas edições. Nesta estreia, os convidados preferiram calar a verdade, inclusive Guedez sobre o entrevero com Gkay. Revelações precisam ser ditas para gerar repercussão.

A programação de sábado deveria ser o dia de experiência e formação de comunicadores para a renovação do quadro de apresentadores. O SBT, há décadas, paralisou esse processo, o que resulta atualmente em um quadro anêmico. O investimento em Virginia Fonseca pode ser uma tentativa de reverter tal situação.

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 4 de abril de 2024

"Giro Econômico" e "Persona" formam boa dupla na TV Cultura

 

Olá, internautas

A programação de quarta-feira é uma oportunidade que as emissoras encontraram com a exibição de futebol na TV Globo. Há um público que foge das transmissões futebolísticas. Para exibir os jogos do Brasileirão ou Libertadores, o canal platinado adianta toda a grade, o que afeta negativamente os índices de audiência de todas as novelas.

Neste espaço, já comentamos sobre o ótimo “Legião Estrangeira”, sob comando de Alberto Gaspar. Prosseguindo na programação de quarta da TV Cultura, surgem dois interessantes programas. O primeiro deles é o “Giro Econômico”.

Apresentado por Maria Manso, a atração, em meia hora, desbrava um setor da economia brasileira. A jornalista recebe, no estúdio, um convidado que responde as suas indagações. É um bate-papo que foge do economês. As recentes edições destacaram o mercado do cacau e chocolate (que ganham repercussão com a novela “Renascer”), além da panificação e confeitaria.    

Em seguida, entra o horário alternativo do “Persona”, sob comando de Atilio Bari e Chris Maksud, que vai ao ar em edição inédita aos domingos, a partir das 21 horas. É uma atração que valoriza personalidades do meio artístico com entrevistas interessantes e depoimentos que interligam o bate-papo. Baby do Brasil é a mais recente entrevistada (dividida em duas partes). Revelou os “sinais espirituais” que recebe desde a adolescência quando viajou para Salvador ainda menor de idade. Falou também do Apocalipse. A atriz Denise Stoklos também fez revelações instigantes de sua carreira teatral na semana passada.

“Giro Econômico” e “Persona” formam uma boa dupla na programação da TV Cultura. Acrescentam informações e repertório ao telespectador.

Fabio Maksymczuk

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Homenagem a Raul Gil fica abaixo da expectativa no "Domingão com Huck"

 

Olá, internautas

No último domingo (31/03), “Domingão com Huck” homenageou Raul Gil em plenos domínios da TV Globo. No início dos anos 2000, o animador era uma verdadeira “pedra de sapato” do apresentador Luciano Huck em seus primeiros anos na emissora platinada.

Raul Gil vivia o seu melhor momento na Record. O veterano descobriu, em seu show de talentos, cantores e cantoras que caíram no gosto popular, como o “anjinho” Robinson Monteiro, Liriel, Rinaldo, Leilah Moreno, Jamily, entre outros. Huck perdia a tradicional liderança da TV Globo nas tardes dos sábados. Raul Gil atingia o primeiro lugar nos índices de audiência.

Huck reverteu a situação com o esgarçamento do seu concorrente e investimentos em quadros inspirados em formatos internacionais. Desde então, Raul Gil enfrenta uma queda acentuada de audiência com a falta de renovação de sua atração. Agora, encontra-se “escondido” na programação do SBT na faixa do meio-dia aos sábados.

Diante de seus 60 anos de carreira, Huck resolveu homenagear o seu antigo rival e um dos mais longevos comunicadores da TV brasileira. Apesar disso, o momento ficou abaixo da expectativa. Faltou emoção. Faltou calor humano.

Através de vídeos e interação virtual, Simony, Ratinho e Sidney Magal celebraram o animador no quadro “Cartas e Cartazes”, exibido nos anos 80 pelo SBT, e resgatado pelo “Domingão” na homenagem. Somente Paulo Miklos, do Titãs, fez questão de dar um abraço pessoalmente no “Seu Raul”. Ele participou, posteriormente, do júri no “Dança dos Famosos”.

Um VT com imagens de arquivo também surgiu para marcar as seis décadas de carreira. Roteiro burocrático. Depoimentos de familiares e encontros no palco não entraram no especial. Raul Gil saiu “sem banquinho” de forma solitária. A filha Nanci Gil aproveitou a oportunidade para revelar desavenças familiares, através das redes sociais, e enfatizou que não foi convidada para a homenagem.

O momento serviu, basicamente, para informar ao público que Raul Gil sairá da TV brasileira no final do ano. Esperamos que o SBT promova uma homenagem mais “quente” ao octogenário.

Fabio Maksymczuk

sábado, 30 de março de 2024

TV Globo erra com reprise de "Cheias de Charme"

 

Olá, internautas

Com o sucesso do quadro A Hora da Venenosa dentro do “Balanço Geral”, na Record, a TV Globo teve que remexer a programação vespertina com a criação de uma faixa horária de reprises de novela.

“Mulheres de Areia”, de 1993, serviu para celebrar as três décadas da icônica obra de Ivani Ribeiro com relativo sucesso nos índices de audiência, mesmo com a qualidade de imagem destoante da era digital.

Diante da boa repercussão da trama dos anos 90, a TV Globo deveria ter escalado “A Viagem” como natural sucessora na programação. A novela, também de Ivani Ribeiro, comemora 30 anos em 2024. É outro marco importante da teledramaturgia nacional.

Apesar disso, a emissora platinada resolveu resgatar “Cheias de Charme”, produção de 2012 que já ganhou reprise há sete anos. É a terceira exibição em 12 anos. Por isso mesmo, não é de se estranhar que a nova reprise garanta, até aqui, os índices mais baixos desde a criação da faixa horária.

Segundo especulações veiculadas pela mídia especializada, a TV Globo pensou em produzir o remake de “A Viagem”. A ideia, até aqui, não foi para frente. O canal VIVA ficará responsável pela nova exibição da trama. Erro de estratégia.

Outra novela que poderia ter sido resgatada é “Quatro por Quatro”, de Carlos Lombardi, que também festeja 30 anos de sua exibição original. Como diriam os antigos, a TV Globo “comeu bola”.

Fabio Maksymczuk

quarta-feira, 27 de março de 2024

Prorrogado: FABIOTV em "Chaves: A Exposição"

 

Olá, internautas

Na última semana, tive a oportunidade de visitar “Chaves: A Exposição” no MIS Experience em São Paulo. O museu prorrogou o evento que reúne os chavesmaníacos até 2 de junho. Terminaria nesta semana.

Fiz questão de ir ao MIS com o ônibus gratuito oferecido pelos organizadores. Cheguei ao terminal da Barra Funda às 11 horas e só consegui entrar no “busão” às 13 horas. Aconselho que vá direto ao museu. Idosos, PCD (pessoas com deficiência) e crianças com colo e seus pais passam na frente.

Diante da má experiência com o ônibus gratuito, não fiquei na fila de volta. Resolvi ir com um grupo para a Estação Água Branca da CPTM que fica nos arredores. Cerca de 10 minutos a pé. Essa é a melhor alternativa para ir e voltar.

Cheguei ao MIS por volta das 13h15. Só consegui pegar o ingresso gratuito para 16 horas. Fui em uma terça-feira. Dia de entrada gratuita. Peguei até chuva nesse período. Lotado. Os visitantes ficam mais preocupados em tirar foto e não em ler as descrições e os painéis.

A exposição reúne cerca de 20 cenários que remexem a memória afetiva. Na minha opinião, o melhor setor é o interior da casa da Bruxa do 71. “É você, Satanás?” O gato está lá com a miniatura de Seu Madruga.

Chapolin marca o início da exposição. As curiosidades do “Polegar Vermelho” chamam a atenção nos painéis. O interior das residências de Seu Madruga e Dona Florinda, o poço, a escolinha do professor Girafales, o restaurante de Dona Florinda, a vila com o barril do Chaves e o hotel de Acapulco também são reconstituídos.

Há ainda um setor que homenageia os dubladores que são responsáveis diretos pelo sucesso da série no Brasil. Como diria Silvio Santos, foi uma ideia “bem bolada”.

O melhor dia para visitar a exposição é a terceira quarta-feira do mês. A entrada também é gratuita, mas não muito divulgado. Por isso, é menos lotado e dá para desbravar melhor o museu.

É um passeio quase obrigatório aos telemaníacos. Recomendo.

Fabio Maksymczuk

domingo, 24 de março de 2024

SBT acerta em investimento com "É Tudo Nosso!"

 

Olá, internautas

Dentre as novidades da programação, “É Tudo Nosso!” é um dos destaques do pacote de apostas do SBT. O novo programa liderado por Benjamin Back vai ao ar às sextas-feiras entre 23 horas à 0h45.

Essa faixa normalmente é negligenciada pelas emissoras. O canal exibia filmes norte-americanos na Tela de Sucessos há décadas. Tirar enlatado e investir em um programa nacional deve ser reverenciado.

Benja divide o comando da atração com Victor Sarro que, na realidade, é um coapresentador. Helen Ganzarolli, que desapareceu do Programa Silvio Santos com o seu quadro Hellen Tá na Rua, retorna ao vídeo no “É Tudo Nosso!”. Mano, antigo companheiro de Back no Arena SBT, também é outro integrante do elenco.

Sarro traz uma linguagem mais jovem ao programa. Possui maior versatilidade em relação a Benja. O programa reúne cantores com o auditório no palco, o que traz um clima mais quente ao número musical. Não ficam estáticos no auditório.

Já em “Apaga Esse Arquivo”, o programa resgata vídeos constrangedores dos participantes que falam se desejam destruir a “fita da gravação”. Gabriel Cartolano preferiu aniquilar o material com suas nádegas à mostra no Domingo Legal. Já Supla não quis apagar o arquivo com um mini striptease no início dos anos 90.

Em Fila da Fama, a plateia pode mostrar algum talento no palco do SBT. A mesma ideia foi alardeada recentemente no “Programa do João” na Band. Há ainda o quadro Zona de Conflito. Na edição mais recente, ocorreu um debate entre um carnívoro e um vegano. O momento precisa ser melhor trabalhado.

“É Tudo Nosso!” é um programa de auditório com o DNA do SBT. A edição lembra, em alguns momentos, o “Pânico na TV” com traços de humor.

A atração precisará de tempo para consolidar um público e criar raízes na faixa horária.

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 21 de março de 2024

SBT erra em horário do "Tá na Hora"

 

Olá, internautas

Nesta semana, o SBT remexeu a programação com a estreia do “Tá na Hora”, sob comando de Christina Rocha e Marcão do Povo.

As novelas mexicanas ficam confinadas entre 14h30 às 16h30, inclusive “Minha Fortuna É Te Amar” que saiu abruptamente da faixa das 19 horas para 15h30. Horários bem diferentes. Muitos telespectadores não poderão acompanhar o folhetim no novo horário. “Fofocalizando” agora entra a partir das 16h30 e faz “sala” para o novo jornalístico da emissora de Silvio Santos.

No programa de estreia, “Tá na Hora” apostou em reportagens exclusivas com flagrantes de Suzane Richthofen, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, famosas personalidades no mundo do crime. A atração exibiu pautas próprias, o que permite uma maior identidade em relação aos concorrentes diretos “Cidade Alerta” e “Brasil Urgente”.

Apesar disso, Luiz Bacci e José Luiz Datena estão consolidados há muitos anos na faixa horária. O telespectador, muito dificilmente, abondará os apresentadores da Record e Band para acompanhar Marcão do Povo e Christina Rocha.

O SBT errou em escalar um programa similar na faixa já congestionada, que ainda conta com Hora de Ação na RedeTV!. As novelas mexicanas perderam muita força, especialmente com os novos rumos das produções da Televisa. Mesmo assim, funcionavam como uma opção ao público que fugia das telenovelas da TV Globo. E esse telespectador não é o mesmo do “Tá na Hora”.

Além da estratégia equivocada, há um descompasso entre Marcão do Povo e Christina Rocha no vídeo. O apresentador fala muito mais que a companheira que integra a história do SBT. A direção precisa acertar o comando em dupla.

“Tá na Hora” poderia, na realidade, dividir a longa faixa do “Chega Mais” que não se sustentará por quatro horas diárias. O novo jornalístico deveria ser exibido das 11h30 às 13h30. As duas novas apostas poderiam ganhar um melhor fôlego.

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 19 de março de 2024

"Família É Tudo" estreia sem clima de São Paulo

 

Olá, internautas

“Família É Tudo” é a nova aposta da TV Globo, após a complicada “Fuzuê”. A novela criada por Daniel Ortiz e escrita por Ortiz com Flavia Bessone, Nilton Braga, Daisy Chaves e Claudio Lisboa com direção artística de Fred Mayrink valoriza a tradição das comédias românticas que integra o DNA das novelas das sete.

A nova produção aposta em um texto leve e divertido. A marca de Ortiz é evidente. Na sua obra anterior, “Salve-se Quem Puder”, a história começou com um furacão. Desta vez, a trama iniciou com uma tempestade em alto mar. Frida (Arlete Salles) desapareceu após um acidente no navio. Por isso mesmo, a novela teria o título “A Vovó Sumiu”. Mudaram para o insosso “Família É Tudo”. A ideia original teria sido menos pior.

A herança dos cinco netos permeou os primeiros capítulos. A apresentação de cada um marca a novela até aqui. Desta vez, a direção resolveu apostar na experiência com Nathalia Dill que, de fato, passa segurança ao interpretar Vênus. É a protagonista. Ao seu lado, aparecem dois atores com ampla experiência. Juliana Paiva, com passagens importantes na faixa das sete, vive a misteriosa Electra. Já Thiago Martins dá vida ao galanteador Júpiter. O trio funciona no vídeo.

Para completar o quinteto, aparecem os menos experientes Ramille que interpreta Andrômeda e Isacque Lopes que vive Plutão. Os dois ostentam um acentuado sotaque carioca que destoa em uma produção ambientada em São Paulo. Zona Leste vira “Zona Lesssxxxte”.

E esse é um dos principais problemas da novela até aqui. “Família É Tudo” não transmite a alma paulistana. O ator Renato Goes, que interpreta o publicitário Tom, aparece com o seu acentuadíssimo sotaque pernambucano. Seus pais, na novela, não apresentam raízes nordestinas. Cria-se um forte ruído na obra.

Como acontece no remake de Renascer com a falta de atores baianos e a ausência da alma do Sul da Bahia, o mesmo fenômeno surge em “Família É Tudo”. Faltam atores genuinamente paulistanos.  

Apesar de tal constatação, “Família É Tudo” é uma novela simpática, até aqui.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 15 de março de 2024

Gottino “abrasileira” Patrulha das Fronteiras na Record

 

Olá, internautas

Reinaldo Gottino é um dos principais jornalistas da Record. Em São Paulo, o apresentador é um dos alicerces da programação com o “Balanço Geral”. Diariamente, lidera a atração com mais de três horas e meia de duração.

Agora, Gottino ganha um programa semanal de exibição nacional. É o interessante “Patrulha das Fronteiras” que mostra a rotina de trabalho das equipes de controle de alfândega e do departamento de biossegurança de portos e aeroportos pelo mundo.

Nos mais recentes episódios, o foco é o que acontece no aeroporto da Nova Zelândia. Uma tônica do programa é o universo de consumo e tráfico de drogas. Diversos passageiros não conseguem adentrar o país da Oceania por confidenciarem que são usuários de maconha e que, provavelmente, comprariam a droga durante a sua permanência. A legislação neozelandês é restritiva, ao contrário do Canadá, por exemplo.

Em outro caso apresentado, um português foi preso por tráfico internacional de drogas ao tentar transportar cocaína, através de subterfúgios em uma mala. A encomenda com poucos quilos valeria milhões de reais.

A biossegurança também é retratada na atração. Etíopes tentaram entrar com alimentos não identificados pela agente que proibiu a liberação, já que poderia conter alguma praga que prejudicaria o agronegócio da Nova Zelândia.

Diante das histórias apresentadas, Gottino “abrasileira” a produção dublada. O jornalista sempre traz informações de como os casos seriam tratados no Brasil. Além disso, entrevista especialistas no estúdio para enriquecer mais a discussão sob a visão do nosso País.

“Patrulha das Fronteiras” é uma boa opção ao telespectador por jogar luz a profissionais que, nem sempre, ganham reconhecimento da sociedade e da mídia.  

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 12 de março de 2024

"Chega Mais" estreia com má impressão

 

Olá, internautas

Na última segunda-feira (11/03), o SBT iniciou a reformulação da grade de programação. A emissora de Silvio Santos estreou “Chega Mais”, sob comando de Regina Volpato, Michelle Barros e Paulo Mathias.

O novo matinal não despertou grande interesse no telespectador. O primeiro programa registrou 2,6 pontos de média. A emissora não elevou os índices de audiência em um dia que causaria curiosidade.

“Chega Mais” já inicia com um problema grave. A atração apresenta a longa duração de quatro horas diárias no ar. O novo matinal vai na contramão das produções contemporâneas com a instantaneidade da informação. O ideal seria, no máximo, duas horas.

Além disso, o retrospecto do SBT em revistas eletrônicas é ruim. “Olha Você” e “Vem Pra Cá” não deixaram boas lembranças no telespectador. A emissora, nestas duas edições do “Chega Mais”, passa a impressão de não ter aprendido com os erros.

A estreia ficou marcada pelo ritmo arrastado. Faltou vibração. Faltou energia. Faltou entusiasmo. Regina Volpato apareceu como culinarista. Ensinou uma receita. Na realidade, a jornalista deveria retomar a verve de liderança em debates. “Casos de Família” foi o auge de sua carreira na televisão. O público deseja acompanhar a elegância da apresentadora no comando de pautas que tragam o seu universo diário.

Michelle Barros ficou responsável pelo noticiário nos primeiros minutos do novo matinal. Tenta segurar os índices herdados do “Primeiro Impacto” que antecede na programação. O mesmo acontece com o concorrente direto “Hoje em Dia”. Já Paulo Mathias tenta trazer o olhar masculino na revista eletrônica.

Carlos Alberto de Nóbrega e uma liderança evangélica foram os convidados do primeiro programa. O apresentador da “Praça” falou sobre o seu acidente de quatro meses atrás. Já Deive Leonardo trouxe um tom religioso na atração.

“Chega Mais” precisa chegar mais no público com uma temperatura quente. Sair do “blasé”. Investir em pautas criativas. O programa estreou sem empolgar.  

Fabio Maksymczuk

domingo, 10 de março de 2024

Projeto Falas ganha fôlego com nova proposta do "Falas Femininas"

 

Olá, internautas

No ano passado, o projeto “Falas” não brilhou com as histórias “im”possíveis. A teledramaturgia perdeu terreno com a nova proposta que ganhou destaque no episódio Louca na data que celebrou o Dia Internacional das Mulheres.

Tais Araújo e Paolla Oliveira apresentaram o Falas Femininas de 2024. As duas atrizes costuraram o programa que pontuou diversos pontos que mexem com a saúde mental das mulheres.

O tom jornalístico foi o maior acerto da produção. A visão de homens e mulheres sobre assédio provocou uma reflexão no telespectador. Outro ponto que ganhou destaque foi a exaustão das mulheres com a dupla jornada de trabalho no ambiente profissional e doméstico e seu não reconhecimento por parte dos homens.

O ápice do “Falas Femininas” ocorreu no bloco que destacou o abandono. Depoimentos emocionantes de mulheres tocaram o público, como de uma mãe que perdeu contato com seus filhos e netos. A frustração estampada no rosto no momento em que falou sobre a solidão na celebração do mais recente Natal simbolizou o vigor do especial.

Além disso, uma senhora já na casa dos 70 anos busca, ainda, o paradeiro de seu pai e seus prováveis familiares espalhados no Rio de Janeiro. Citou o nome de “José Marcelino dos Santos”. A repercussão do especial poderá, de alguma forma, concretizar o seu sonho.

“Falas Femininas” voltou com fôlego em 2024 por provocar diversas reflexões.

Fabio Maksymczuk